O Brasil, à imagem dos restantes países por esse mundo fora, assistiu na década de 60 à invasão da música psicadélica nos moldes preconizados pelos padrões norte-americano e britânico. Nessa altura floresceram inúmeros artistas e agrupamentos musicais, como Fábio ou os Analfabitles, que mimetizavam integralmente a música estrangeira que inundava os diques da música tradicional brasileira.
Em 1968 nascia um movimento cultural e artístico, com uma identidade nacional bem vincada e uma sólida base teórica conceptual, que aglutinou o psicadelismo como parte da sua linguagem heteróclita. A transmutação alquímica da arte brasileira que foi o Tropicalismo, alterou o código genético da música popular brasileira, dando origem a criaturas estilisticamente andróginas que eram, em todo o sentido da palavra, Mutantes.
A Tropicália ou Tropicalismo foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob os auspícios das correntes vanguardistas internacionais e da cultura popular nacional e estrangeira. O movimento tropicalista mesclou aspectos tradicionais da cultura brasileira com inovações estéticas radicais, como a musique concréte europeia, albergando igualmente objectivos sociais e políticos que causaram bastante comichão ao regime militar. Longe de ser apenas um género musical, o Tropicalismo albergava todas as artes, desde o teatro à literatura, passando pela pintura e poesia. Aliás, um dos seus conceitos fundamentais provém do Manifesto Antropófago criado pelo poeta Oswald de Andrade em 1928. Defendia-se, então, a antropofagia, ou o canibalismo cultural de todas as sociedades, como fórmula para criar algo genuinamente novo, único e brasileiro.
Uma das maiores figuras deste movimento foi Rogério Duprat, pioneiro da música electrónica e cosmopolita compositor brasileiro, que estudou com Stockhausen em Darmstadt, onde calhou ser colega de Frank Zappa. O canibalismo estético é bem evidente no seu disco "A Banda Tropicalista do Duprat", um caldo de erudição e parolice, inovação e tradição, engenho e ingenuidade, que infelizmente foi relegado para segundo plano fruto do sucesso encadeador dos discos mais famosos da Tropicália. Rogério Duprat estaria também na origem daquele que veio a ser considerado o manifesto do movimento tropicalista: o LP "Tropicália: ou Panis et Circenses", editado em 1968 e lançado numa festa multicolor organizada em São Paulo, que juntava um conjunto de notáveis e empenhados músicos brasileiros, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, e os omnipresentes Os Mutantes.
Pressões políticas conduziram ao desmembramento do Tropicalismo e ao exílio forçado das suas figuras de proa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, em 1969. Aproximadamente uma década mais tarde, Gilberto Gil musicava o genérico de uma série televisiva infantil inspirada na obra de Monteiro Lobato que encantou gerações de crianças brasileiras e portuguesas. Tal como o seu congénere inglês Lewis Carroll, também as aventuras de Dona Benta, Narizinho, Pedrinho e o Visconde da Sabugosa não têm uma correlação directa com estados alucinatórios quimicamente induzidos, assentando antes num espaço onírico, afastado da realidade ou contacto com o exterior, e povoado por figuras míticas como o duende Saci Pêrere, o terrível demónio Cuca e a boneca de trapos Emília. Apesar disso, na história "Viagem ao Céu", Lobato Monteiro apresenta-nos os Pós de Pirlimpimpim, uma substância mágica semelhante aos preparados de Sininho que faziam voar Peter Pan na Terra do Nunca, mas bem mais poderosa, já que permitia viajar através do espaço e do tempo. Um estado de tontura inicial marcava o início da trip com Pós de Pirlimpimpim e eram o seu único efeito secundário, pois os viajantes siderais tinham sempre a garantia de regressar em segurança ao Sítio do Picapau Amarelo.
Em 1968 nascia um movimento cultural e artístico, com uma identidade nacional bem vincada e uma sólida base teórica conceptual, que aglutinou o psicadelismo como parte da sua linguagem heteróclita. A transmutação alquímica da arte brasileira que foi o Tropicalismo, alterou o código genético da música popular brasileira, dando origem a criaturas estilisticamente andróginas que eram, em todo o sentido da palavra, Mutantes.
A Tropicália ou Tropicalismo foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob os auspícios das correntes vanguardistas internacionais e da cultura popular nacional e estrangeira. O movimento tropicalista mesclou aspectos tradicionais da cultura brasileira com inovações estéticas radicais, como a musique concréte europeia, albergando igualmente objectivos sociais e políticos que causaram bastante comichão ao regime militar. Longe de ser apenas um género musical, o Tropicalismo albergava todas as artes, desde o teatro à literatura, passando pela pintura e poesia. Aliás, um dos seus conceitos fundamentais provém do Manifesto Antropófago criado pelo poeta Oswald de Andrade em 1928. Defendia-se, então, a antropofagia, ou o canibalismo cultural de todas as sociedades, como fórmula para criar algo genuinamente novo, único e brasileiro.
Uma das maiores figuras deste movimento foi Rogério Duprat, pioneiro da música electrónica e cosmopolita compositor brasileiro, que estudou com Stockhausen em Darmstadt, onde calhou ser colega de Frank Zappa. O canibalismo estético é bem evidente no seu disco "A Banda Tropicalista do Duprat", um caldo de erudição e parolice, inovação e tradição, engenho e ingenuidade, que infelizmente foi relegado para segundo plano fruto do sucesso encadeador dos discos mais famosos da Tropicália. Rogério Duprat estaria também na origem daquele que veio a ser considerado o manifesto do movimento tropicalista: o LP "Tropicália: ou Panis et Circenses", editado em 1968 e lançado numa festa multicolor organizada em São Paulo, que juntava um conjunto de notáveis e empenhados músicos brasileiros, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, e os omnipresentes Os Mutantes.
Pressões políticas conduziram ao desmembramento do Tropicalismo e ao exílio forçado das suas figuras de proa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, em 1969. Aproximadamente uma década mais tarde, Gilberto Gil musicava o genérico de uma série televisiva infantil inspirada na obra de Monteiro Lobato que encantou gerações de crianças brasileiras e portuguesas. Tal como o seu congénere inglês Lewis Carroll, também as aventuras de Dona Benta, Narizinho, Pedrinho e o Visconde da Sabugosa não têm uma correlação directa com estados alucinatórios quimicamente induzidos, assentando antes num espaço onírico, afastado da realidade ou contacto com o exterior, e povoado por figuras míticas como o duende Saci Pêrere, o terrível demónio Cuca e a boneca de trapos Emília. Apesar disso, na história "Viagem ao Céu", Lobato Monteiro apresenta-nos os Pós de Pirlimpimpim, uma substância mágica semelhante aos preparados de Sininho que faziam voar Peter Pan na Terra do Nunca, mas bem mais poderosa, já que permitia viajar através do espaço e do tempo. Um estado de tontura inicial marcava o início da trip com Pós de Pirlimpimpim e eram o seu único efeito secundário, pois os viajantes siderais tinham sempre a garantia de regressar em segurança ao Sítio do Picapau Amarelo.
PLAYLIST DO LABORATÓRIO CHIMICO, 12 de Fevereiro de 2009:
"Hino Nacional do Brasil"
Fábio - "Lindo Sonho Delirante" (LSD: Lindo Sonho Delirante)
Analfabitles - "Magic Carpet Ride" (Compacto Duplo)
Analfabitles - "Shake" (Compacto Duplo)
Fábio - "Hino da República" (Os Frutos de Mi Tierra)
Os Mutantes - "Panis et Circenses" (Tropicália: ou Panis et Circenses)
Rogério Duprat - "Honey/Summer Rain" (A Banda Tropicalista do Duprat)
Rogério Duprat - "Lady Madonna" (A Banda Tropicalista do Duprat)
Caetano Veloso - "Enquanto Seu Lobo Não Vem" (Tropicália: ou Panis et Circenses)
Gilberto Gil - "Geléia Geral" (Tropicália: ou Panis et Circenses)
Gal Costa - "Baby" (Tropicália: ou Panis et Circenses)
Gilberto Gil - "Sítio do Picapau Amarelo" (Sítio do Picapau Amarelo Vol. 1)
"Tema de Malazarte e Zé Carneiro" (Sítio do Picapau Amarelo Vol. 2)
"Sítio do Picapau Amarelo Espacial" (Sítio do Picapau Amarelo Vol. 2)
"Tema da Iara" (Sítio do Picapau Amarelo Vol. 2)
DOWNLOAD DO PROGRAMA EM FORMATO PODCAST
Acompanhamento audiovisual
HIPERLIGAÇÕES
Sítio do Picapau Amarelo na Globo
O Mundo Mágico de Lobato
Manifesto Antropófago
Tropicália
3 comments:
Hola, pasando a saludar y tambien para invitarte a que pases y veas mi blog a ver si encuentras algo de tu agrado y si te gusta intercambiemos enlaces, una suerte de fucionar dendritas o algo asi diria yo,je.
Saludos y hasta la proxima.
Hola Nokenicus,
Fomos visitar o teu blog e encontrámos muitas coisas interessantes, especialmente o album de Módulo 1000, que é um grande disco e que será destacado numa futura emissão do nosso programa de rádio.
Continua sintonizado.
este programa foi simplesmente genial, já é um clássico! óptimos textos, óptimo enquadramento... parabéns à trupe alquímica!
Post a Comment