What soundtrack was playing during your trip?


Imagine you are standing alone on a craggy windswept sea cliff beneath a moonless night sky. You spread your arms out at your side and slowly you begin to ascend, a dreamlike absorption into the dark embrace of the galaxy. You are rocketing through the stars like a spectral eyeball shot out of a quantum cannon. The immensity of space swallows you up, and as nearly all of the perceptual frameworks you normally use to process reality evaporate, you become profoundly and ecstatically disoriented. Boundaries melt, nowhere is up or down, and your immense speed has morphed into a glacial drift. Your tiny mind is blown as you attempt to compass the conundrum of the infinite, and to plumb the meaning of the flickering flash of awareness you call your life in the light of this vast void of shifting three-dimensional geometries, this empty and shattered immensity, this cosmos.

Fica a questão. A resposta estará às 20 horas na RUC.

Reminiscente


A emissão de 19 de Novembro do Laboratorio Chimico percerreu as reminiscências induzidas pelo concerto em Coimbra, na transacta semana, de um trio de exploradores inter-estelares: Stellar Om Source, Steve Hauschildt e Mark McGuire (estes dois últimos pertencentes ao trio norte-americano Emeralds).

Christelle Gualdi, a francesa itinerante por detrás do nome Stellar Om Source, apontou ao infinito em ondulantes mantras hipnoticamente sintetizados; Hauschildt apresentou duas peças de contemplação cósmica pautadas pela melancolia; McGuire teceu intrincados efeitos caleidoscópicos na guitarra eléctrica. Se é certo que cada uma das actuações percorreu lugares próprios e idiossincráticos, configuraram igualmente um continuum sonoro, imagético e conceptual que convidou à imersão em memórias subliminares - ou, para utilizar a terminologia da moda, hipnagógicas - que convergiram para o espaço sideral onde gravitavam fragmentos alucinatórios de ambientalismo kraut/kosmische da década de 70 e do minimalismo celestial de Terry Riley.

A revisitação da memória presente foi assim preenchida:
Mark McGuire - Let Us Be the Way We Were (Let Us Be the Way We Were)
Ashra - Deep Distance (New Age of Earth)
Steve Hauschildt - The Critique of the Beautiful (The Critique of the Beautiful)
Klaus Schülze - Neuronengesang (Cyborg)
Edgar Fröese - NGC 891 (Aqua)
Stellar Om Source - The Oracle (Rise in Planes)
Terry Riley - 18th of April 1972, Los Angeles (Persian Surgery Dervishes)

A monstrous psychedelic bubble exploding in your mind

Hoje à noite no local do costume:

L'Underground Psychédélique Musical Français: Un regard

Depois do destaque a Heldon, 15 dias volvidos voltámos ao panorama musical gaulês da década de 70. Tais coordenadas espacio-temporais levaram-nos desta vez até outros grupos que ilustram uma parte do underground psicadélico daquele contexto, ficando no entanto claro que outros nomes relevantes não foram apresentados.
Muitos dos grupos que destacámos criaram música que, num primeiro relance, dificilmente poderá ser considerada de forma categórica como psicadélica. Tratou-se, em muitos casos, da materialização do clima experimental que se respirava na época, fortemente galvanizado pelo pós-Maio de 68 e pelo seu contexto reivindicativo e libertário. Diga-se que, embora o rock psicadélico anglo-saxónico tenha influenciado largamente alguns dos nomes apresentados, a sua sonoridade é heterogeneamente informada pela vanguarda do free-jazz ou pelos ecos do rock electrónico kraut/kosmische dos seus vizinhos germânicos, cruzando a herança da musique concréte do GRM com matizes de composição contemporânea, ou com o jazz-rock de Canterbury, ou até mesmo pela tradição da chanson francaise.
É contudo possível, e de resto um exercício bem apropriado à bancada de experiências deste Laboratorio Chimico, procurar extrair de uma dúzia de álbuns - qual néctar psicotrópico pronto a ser virtualmente derramado pelas ondas hertzianas - momentos que ilustram o compromisso destes músicos na superação experimental de barreiras estilísticas, quiçá insuflados por um sistema nervoso central já liberto dos seus padrões e estruturas comuns, e assim, portanto, comprometidos com a causa psicadélica.

Para um olhar sobre o assunto o livro L'Underground Musical en France, de Éric Deshayes e Dominique Grimoud (Éditions Le Mot et le Reste, 2008) pode ser uma boa ideia.

Ouviu-se:
Subversion - Submersion (Subversion)
Semool - Essai 1 (Essais)
Fille Qui Mousse - Cantate Disparate (Trixie Stapleton 291)
Red Noise - Sarcélles C'est L'Avenir (exct.) (Sarcélles-Lochères)
Philippe Besombes - La Ville + Boogiemmick (Libra)
Lard Free - Acid Framboise (Lard Free)
Ose - Orgasmachine (Adonia)
Spacecraft - Lumiére de Lune (Paradoxe)
Patrick Vian - Sphéres (Bruits et Temps Analogues)
Verto - Strato (exct.) (Krig Volubilis)
Jacques Thollot - Qu'ils se Fassent un Village, Oui Bien C'est Nous Qui S'en Allons (Quand le Son Devient Augu, Jeter la Girafe a la Mer)
Jean Guerin - Triptik 2 (Tacet)

Ouvir.

A Grande Mãe


No dia 22 de Outubro de 2009 o programa debruçou-se sobre os primeiros registos da extensa discografia de Franz Zappa e do seu grupo Mothers of Invention. Para nos ajudar nesta tarefa, recorremos aos textos da autoria de César Figueiredo, inseridos no livro "Frank Zappa - A Grande Mãe", editado em 1988 pela Fora de Texto, Cooperativa Editorial de Coimbra.

As músicas que por aqui se ouviram foram:
The Mothers of Invention - "The Return of the Son of Monster Magnet" (Freak Out! / 1966)
The Mothers of Invention - "Plastic People" (Abolutely Free / 1967)
The Mothers of Invention - "The Duke Of Prunes" (Abolutely Free / 1967)
The Mothers of Invention - "Amnesia Vivace" (Abolutely Free / 1967)
The Mothers of Invention - "The Duke Regains His Chops" (Abolutely Free / 1967)
Frank Zappa - "Teenage Grand Finale" (Lumpy Gravy / 1968)
The Mothers of Invention - "The Chrome Plated Megaphone of Destiny" (We're Only In It For The Money / 1968)
The Mothers of Invention - "Flower Punk" (We're Only In It For The Money / 1968)
The Mothers of Invention - "How Could I Be Such a Fool" (Cruising with Ruben & The Jets / 1968)
Frank Zappa - "Willie the Pimp" (Hot Rats / 1969)
The Mothers of Invention - "WPLJ" (Burnt Weeny Sandwich / 1970)
The Mothers of Invention - "Igor's Boogie, Phase One" (Burnt Weeny Sandwich / 1970)
The Mothers of Invention - "The Little House I Used to Live In" (Burnt Weeny Sandwich / 1970)

Ouvir.
A equipa do Laboratório Chimico agradece à Tânia Madureira o gentil trabalho de digitalização da capa do livro acima representada.

Ritmos do Oriente


Nos dias que correm dificilmente associamos os países do Médio Oriente a um contexto social de produção cultural e, muito menos, aos movimentos psicadélicos da década de 1960. Não obstante, e à semelhança de outras regiões do globo, também nesses tempos a Anatólia, o Planalto Iraniano, o Norte de África e o Crescente Fértil foram invadidos pela música rock que emanava do Reino Unido e dos Estados Unidos, dando origem a uma geração de músicos, pouco ou nada (re)conhecidos no Ocidente, que concebeu uma das mais interessantes correntes do psicadelismo. Quem diria que Beirute era então considerada a Monte Carlo do Oriente?

A disseminação da cultura musical ocidental não ocorreu de forma homogénea, alterando-se a permeabilidade conforme os ditames políticos e religiosos dos diferentes países em apreço. Na Turquia, o grande consurso de bandas Altin Mikrofon, organizado pelo jornal Hürriyet, é notável, não só pela divulgação que proporcionou, mas também pelo conjunto de regras imposto aos participantes. Estes tinham de apresentar músicas em Turco ou reformular alguma melodia tradicional, mas eram igualmente encorajados a adoptar uma instrumentação e estilo de execução ocidentais. Importante será notar que de todas as subculturas musicais emergentes na década de 1960, o psicadelismo foi aquela que melhor recepção encontrou na Turquia. A veia de orientalismo que permeia parte substancial da produção musical psicadélica agradou a gregos e a troianos, aos conservadores arreigados à música tradicional que fazia parte integrante e fundamental desta fusão, e aos progressistas entusiasmados pelas inovações técnicas e estílisticas que esta fórmula igualmente comungava.


O Laboratório Chimico dedicou duas emissões ao psicadelismo oriundo do Médio Oriente, mas dada a riqueza e fertilidade do terreno, uma nova colheita poderá, eventualmente, ter lugar no futuro.


Various Artists - "13 Youth Radio of the Syrian Republic" (I Remember Syria Vol. 1)
Apaslar - "Sans Cocugu" (Turkish Delights: Beat, Psych and Garage Ultrararities from Beyond the Sea of Marmara)
Omar Khorshid and his Guitar - "Takkasim Sanet Alfeyn" (Rhythms From the Orient)
Beybonlar - "Nenni" (Turkish Delights: Beat, Psych and Garage Ultrararities from Beyond the Sea of Marmara)
Erkin Koray - "Cicek Dagi" (Turkish Delights: Beat, Psych and Garage Ultrararities from Beyond the Sea of Marmara)
Les Mogol (Mogollar) - "Ilgaz" (Danses et Rythmes de la Turquie)
Les Mogol (Mogollar) - "Madimak" (Danses et Rythmes de la Turquie)
Baris Manço - "Kalk Gidelin" (Ben Bilrim)
Baris Manço - "Sani Gizelmi Mehmet Aga" (Yeni Bir Gun)
Mustafa Ozkent Orkestrasi - "Dolana" (Gendik Il Elele)
Googoosh - "Respect" (Raks Raks Raks: 17 Golden Garage Psych Nuggets From the Iranian 60s Scene)

Ouvir.



Playlist, 29 de Outubro de 2009
Omar Khorshid and His Guitar - "Raqsed El Fada" (Rhythms From the Orient)
Omar Khorshid and His Guitar - "Teleya Mahla Mourah" (Rhythms From the Orient)
Sir Richard Bishop - "Sidi Mansour" (The Freak of Araby)
Mohamed 'Mike' Hegazi and his Golden Guitar - "Hebbena" (Belly Dance Melodies and Rhythms)
Mohamed 'Mike' Hegazi and his Golden Guitar - "Nouni" (Belly Dance Melodies and Rhythms)
John Berberian and the Rock East Ensemble - "The Oud and the Fuzz" (Middle Eastern Rock)
John Berberian and the Rock East Ensemble - "3/8 + 5/8 = 8/8" (Middle Eastern Rock)
The Devil's Anvil - "Wala Dai" (Hard Rock From the Middle East)
The Devil's Anvil - "Selim Alai" (Hard Rock From the Middle East)
The Devil's Anvil - "Misirlou" (Hard Rock From the Middle East)
The Orient Express - "Fruit of the Desert" (The Orient Express)
The Gurus - "Louie Louie" (... Are Here!)
Omar Khorshid and His Guitar - "Laylet Hob" (Rhythms From the Orient)