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Ávido consumidor de música, Jim Jarmusch recorre aos seus discos para imaginar mundos e paisagens visuais que depois tenta concretizar nos seus filmes. O próprio teve um papel activo na cena No-Wave nova-iorquina ao integrar os The Del Bizanteens, quando dava os primeiros passos como cineasta independente. Parte da inspiração drone-rock que domina o universo sonoro de Os Limites do Controlo pode ser brevemente vislumbrados já em Flores Quebradas, filme de 2005, que contou na banda-sonora com Dopesmoker, controverso tema dos Sleep, actualmente extintos mas bifurcados nos OM e High on Fire.
Durante o programa trilharam-se caminhos dispersos pelo rock insuflado a drones de Boris, Michio Kurihara, ou Earth, metaforizando a suspensão temporal da narrativa labiríntica do filme, que acompanha a contemplação visual da arquitectura cosmopolita de Madrid, a atmosfera colonial e abafada de Sevilha, ou o deserto de Almeria, tudo isto em toada arrastada, narcótica, quase suporífera, de quando em quando permeada pelo rock negro, também em câmara-lenta, de Black Angels e Bad Rabbit, o trio musical que Jarmusch integra, criado propositadamente para a recriação musical do filme.
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