
Criador de instalações e performances, misturando vários media, com a ajuda de objectos do dia-a-dia, devidamente transformados e recontextualizados pela tecnologia electrónica, tem, desde os anos 60, quando fundou o Group Ongaku de música, teatro e happenings anti-musicais, ou quando foi reconhecido pelo movimento Fluxus, ou ainda, quando se tornou compositor/performer oficial da companhia de bailado do coreógrafo norte-americano Merce Cunningham (recentemente falecido), explorado as possibilidades da espacialização do som, como se pode constatar nesta faixa que escutamos já em fundo e, já de seguida, na faixa que constitui o lado B, “Wave Code #e-1”, onde uma frase vocal é gravada e manipulada electronicamente até à exaustão e à sua total irreconhecibilidade, fundindo-se por heterodinagem com as outras fontes sonoras em novas frequências que resultam da sua respectiva soma e diferença.

Takehisa Kosugi foi ainda membro do grupo de improvisação Taj Mahal Travellers, desde 1969 até meados de 70’s, altura em que o grupo se dissolveu e o violinista integrou a companhia de bailado já referida. Apesar da liberdade dos processos criativos de que sempre foi adepto, da inspiração meditativo-transcendental – evidente na peça "Mano-Dharma", ou seja, a expressão budista que designa “o desejo que nasce na mente” ou “especulação” - e do potencial sonoro alotrópico das suas composições, Kosugi recusou sempre a catalogação da sua música como psicadélica, alegando que essa música implica a produção de efeitos psicológicos alucinatórios que recusa estarem presentes nas suas intenções musicais. Não obstante, esta distanciação alegada pelo compositor, a verdade é que a sua produção musical ficou para sempre como inspiração de grande parte da música psicadélica produzida no Japão e ainda hoje é um ponto incontornável de referência neste capítulo da história do psicadelismo internacional. Fiquemos, portanto, com o lado B, “Wave Code #e-1”, de “Catch Wave”, por Takehisa Kosugi.
No comments:
Post a Comment